Para entidades de ensino, Fies deve ser prioridade do novo governo
As prioridades do novo governo na
área da educação, a curto prazo, devem ser o Fies e a regulação no ensino
superior, defendem entidades do setor. “No setor de educação, o grande
diferencial é a volta de investimento em financiamento aos estudantes do ensino
superior. As restrições no Fies e o corte do Pronatec causaram uma grande
evasão”, destacou Janguiê Diniz, presidente da Abmes, associação das mantenedoras
de ensino superior.
“O governo precisa informar qual o real
orçamento do Fies. Mesmo que seja pouco, é preciso saber de antemão para ter
planejamento para investir”, complementou
Paulo Cardim, presidente do Fórum que representa entidades do ensino
superior.
Cardim critica ainda o modelo de
regulação no ensino superior privado que tem três etapas: avaliação, regulação
e fiscalização. No entanto, o governo leva anos para aprovar um curso e
abertura de unidades ou polos. Além disso, a avaliação dos cursos tem como base
a média da nota dos alunos no Enade, exame feito pelos alunos do último ano. Essa
nota não impacta o currículo escolar do aluno, o que não gera comprometimento
por parte do estudante. “Hoje, só temos a regulação e a fiscalização”, disse
Cardim.
Questionado sobre a possibilidade
de que o novo ministro da Educação seja o deputado federal Mendonça Filho
(DEM-PE), Cardim destacou que a ocupação
do cargo por um político sem conhecimento no setor não é exatamente um problema
e que no atual momento é importante ele se cercar de bons técnicos, que
conheçam a área. “Já tivemos casos em que o ministro era ligado à educação e
nem por isso o setor foi menos prejudicado. O mais importante é a composição da
equipe técnica do novo mistro. Só com isso é possível fazer uma avaliação”,
disse Cardim. .
Segundo Janguiê, Michel Temer é
um articulador e espera-se que busque
nomes fortes para compor os ministérios e, principalmente, para garantir uma
fluidez de processos. Janguiê considera positiva a redução no número de
pastas.
O presidente do Fórum criticou
duramente as atenções dos governos em educação nos últimos anos. “O governo
precisa priorizar de fato a educação. É preciso ações efetivas porque há várias
leis como o Plano Nacional de Educação (PNE) e a Lei do Sinaes [legislação que
regulamenta as avaliações no ensino superior] que só existem no papel”, disse
Cardim.
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