Congresso aprova projeto que libera recursos para o Fies
O Congresso Nacional aprovou nesta terça-feira (18) o projeto
(PLN 8/2016) que libera crédito extraordinário de R$ 702,5 milhões do Orçamento
da União para atender as despesas com os serviços de administração de contratos
prestados por agentes financeiros ao Fundo de Financiamento Estudantil (Fies).
A aprovação ocorreu por aclamação, votação simbólica, depois
de o PT ter desistido da obstrução que fizera nas últimas semanas. O partido
alegava que a atitude era uma reação à votação da PEC do teto de gastos, que
foi aprovada na segunda da semana passada.
Os repasses de recursos para o Fies estão atrasados desde
julho. Segundo entidades que representam as mantenedoras, a dívida chega a
cerca de R$ 5 bilhões. Os R$702,5 milhões liberados agora serão utilizados para
quitar taxas bancárias para liberar o pagamento.
O ministro da Educação disse que o problema de financiamento
das bolsas estará resolvido até o final do mês de outubro. Após a liberação
pelo Congresso, a medida tem agora que ser sancionada pelo presidente da
República. Como o governo tem pressa, a lei deve ser sancionada pelo presidente
em exercício Rodrigo Maia (DEM-RJ), já que Michel Temer está em viagem ao
exterior.
— Tão logo seja sancionado o projeto, a gente já toma as
medidas dentro do FNDE para a renovação ou complementação da renovação dos
contratos. Estamos falando de um quadro geral de 1,5 milhão de contratos
antigos, que precisavam de crédito suplementar para que fossem renovados, e 75
mil novos contratos para o segundo semestre foram lançados já no governo Temer.
Então, a gente precisava dessa dotação orçamentária para que pudesse cumprir a
agenda — disse Mendonça Filho, prometendo:
— Quero tranquilizar os jovens do Brasil, os estudantes
universitários: aqueles que entraram no site do MEC para pleitear recursos do
Fies não terão nenhum prejuízo.
Segundo o ministro, também está garantido honrar compromissos
com o Enem.
— Os recursos são suficientes para honrar os compromissos
relativos ao cronograma do Enem. Agora, temos esses dois assuntos absolutamente
resolvidos. E nenhum problema orçamentário-financeiro poderá causar qualquer
prejuízo no andamento do Fies ou do Enem — disse o ministro
O presidente da Associação Brasileira das Mantenedoras de
Ensino Superior (ABMES), Janguiê Diniz, comemorou a decisão do Congresso e
pediu que o processo seja agilizado:
- O pleito é que o projeto seja sancionado rapidamente e que
o MEC e o FNDE possam tomar providências para agilizar o aditamento, e fazer o
repasse o mais rápido possível, para que as instituições possam receber até
novembro.
Segundo ele, é necessário que o MEC atualize os valores
devidos para que as universidades não saiam no prejuízo.
- Estamos sem receber desde julho. Muitas instituições
tiveram que ir a bancos para fazer empréstimo e pagar a folha. Muitas estão
agora pagando juros. A gente espera que o governo atualize o dinheiro devido,
que tenha bom senso- argumentou Diniz.
Para a diretora da Federação Nacional de Escolas Particulares
(Fenep), Amábile Pácios a aprovação do crédito suplementar traz tranquilidade
tanto para as instituições quanto para os alunos.
- Foi um alívio para todos os mantenedores de alunos. Para os
estudantes é uma certeza jurídica de que eles vão conseguir terminar o
semestre, porque eles estavam até agora de uma forma irregular- afirmou
Amábile.
- As instituições de ensino ganham, porque vão conseguir
repor o caixa e se movimentar, principalmente agora no fim do ano, quando há
muitos compromissos. A medida dá tranquilidade também para as famílias.
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