Estudantes capixabas largam a faculdade por causa da crise


A crise econômica e política, aliada ao aumento do desemprego e à diminuição dos salários dos brasileiros, faz com que itens considerados essenciais agora se tornem supérfluos. É o caso das operadoras de planos de saúde e o ensino privado. Nas faculdades e universidades particulares, o índice de inadimplência cresceu 16,5%, de acordo com a empresa de consultoria Serasa Experian.

E o Espírito Santo não foge à regra nacional. De acordo com o Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe-ES), a nível nacional, 18% dos alunos esperados em 2016 sequer chegaram a entrar na faculdade. Já 12,4% dos estudantes não renovaram a matrícula neste ano.

“É evidente que o ensino superior foi o mais atingido pela crise que estamos passando. Temos um decréscimo de alunos e aumento da inadimplência. A restrição ao financiamento estudantil e a dificuldade de obtenção de crédito são os motivos principais de estarmos nessa situação”, afirma o superintendente do Sinepe-ES, Geraldo de Ório.

O auxiliar de biblioteconomia Jefferson Alexandre Mattos, de 25 anos, foi um dos atingidos pela crise e não conseguiu se manter em uma faculdade particular de Vitória. A mensalidade de R$ 790 fez com que o sonho de se formar em jornalismo fosse adiado.

“Eu comecei a faculdade tentando conseguir um financiamento estudantil, mas o valor da mensalidade era um pouco alto e como fiquei desempregado, não consegui arcar com as mensalidades. Tive que sair no primeiro período com cinco parcelas atrasadas. Espero que, assim que conseguir um emprego, eu possa quitar a dívida e voltar a estudar”, afirma.

"Enquanto o Fies não voltar a atender como atendia, não tenho como arcar com a mensalidade do curso", Philipe Coutinho Maciel, técnico de segurança do trabalho

Já o técnico de segurança do trabalho Philipe Maciel, de 30 anos, não tem uma visão tão otimista. O estudante de administração precisou trancar a matrícula da faculdade onde estuda no quinto período porque não conseguia arcar com as mensalidades. Philipe diz que, enquanto o Financiamento Estudantil (Fies) do governo federal não voltar a atender estudantes, não poderá voltar à faculdade.

“Tranquei no final de passado. Eu estava no quinto período quando saí da faculdade e não tenho previsão para voltar. Enquanto o Fies não voltar a atender como atendia, não tenho como arcar com a mensalidade do curso”, diz Philipe.


Em 2016, o Fies, com novas regras, apertou o cerco e muitos estudantes ficaram na mão.



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