Kroton vai propor financiamentos privados para o Fies


Os subsídios do governo brasileiro para tudo, de imóveis a financiamento estudantil, estão secando em meio à recessão. Por essa razão, a maior empresa educacional do país está apostando que o financiamento privado ajudará a fechar essa lacuna.

A Kroton Educacional, que conta com mais de 1 milhão de estudantes, está trabalhando em uma joint venture com um banco para oferecer financiamento para os seus estudantes de ensino superior -- um primeiro passo, mas não o suficiente, segundo o CEO Rodrigo Galindo.

A empresa também está discutindo com outras empresas privadas do setor educacional formas de complementar os programas de financiamento público, como Fies e Pronatec, com fundos do setor privado, disse ele.

“Não existe espaço político e social para o Fies acabar. Trata-se de uma política pública absolutamente relevante. Continuamos defendendo, apoiando e tentando melhorar o Fies”, disse Galindo em entrevista no escritório da Bloomberg em São Paulo.

A ajuda do setor privado seria bem-vinda em um momento em que o governo se esforça para controlar os custos, com receitas abaixo das estimativas durante a pior contração econômica em um século.

Os empréstimos a estudantes de baixa renda, que já foram reduzidos em 2015, correm risco de novo corte se continuarem dependentes de financiamento federal, enquanto o financiamento puramente privado não é atraente por causa das elevadas taxas de juros do Brasil.

A Kroton está discutindo as opções de financiamento privado com outras instituições educativas e Galindo explicou que as empresas deverão apresentar suas ideias ao novo ministro da Educação através das associações do setor.

Vale lembrar  que o  ministro da Educação, Mendonça Filho, tem sinalizado que quer a entrada dos bancos privados no programa do governo federal de financiamento estudantil. A entrada dos bancos privados no Fies, como deseja Mendonça Filho, foi estudada pelo governo Dilma no início deste ano.

Porém, em março, a então presidente do país, Dilma Rousseff, descartou a hipótese, uma vez que representantes da Federação Brasileira de Bancos (Febraban) informaram ao Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação (FNDE) que consideravam as taxas de administração do programa muito baixas.


Atualmente, o programa é feito exclusivamente pelo Banco do Brasil e pela Caixa Econômica Federal. As taxas de administração variam entre 1,5% e 2% ao ano, abaixo das aplicadas no mercado em programas privados de financiamento estudantil.

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